«Os Anéis de Saturno começa como o diário de uma viagem a pé ao longo da costa de East Anglia. De lowestoft a Southwold e Bungay, a história do próprio Sebald torna-se o fio condutor de evocações de pessoas e culturas do passado e do presente: Chateaubriand, Thomas Browne, Swinburne e Conrad, frotas de pesca, caveiras e bichos da seda. Como todos os outros títulos de Sebald, este é um livro impossível de classificar, sendo ao mesmo tempo diário de viagem e ficção, autobiografia e enciclopédia. W. G. Sebald explora aqui o universo que o homem pensou e construiu, desde a noite dos tempos, para se dedicar hoje a destruí-lo».
Texto "arrancado" da contracapa do livro.
Para quê mais palavras? As que ali estão são exactas e definem com rigor o universo introspectivo, solenemente reflexivo, e, por vezes, denso, do autor. Um objecto difícil mas longe de ser inacessível, onde o autor jamais perde o sentido de orientação. Dito de outra forma: um livro extraordinário escrito numa linguagem ecléctica que procura um discurso autobiográfico e com claros cambiantes evocativos. Sebald olha para o mundo de forma descrente, numa visão crepuscular feita sobretudo de recordações. Uma escrita rara e admirável.