Na revista «National Geographic» deste mês (edição portuguesa), vem um artigo notável, que recomendo sem reservas, acerca do que se pode passar na mente de um animal e procurando contrariar quem está plenamente convencido de que os animais são incapazes de qualquer forma de pensamento. Exemplos fascinantes de diálogos com um papagaio-cinzento-africano (Alex) conseguindo, e passo a citar, «levá-lo a contar, conhecer cores, formas e tamanhos e a possuir uma compreensão elementar do conceito abstracto do zero». Também com os cães se fizerem experiências no dia-a-dia. Neste caso, com uma cadela Border Collie (Betsy), revelando o artigo que esta consegue reter um vocabulário crescente rivalizando com o de uma criança pequena. Em pouco tempo, «sentava-se a mando do dono, identificava os nomes de objectos correndo a apanhá-los e já conhecia o nome de, pelo menos, 15 pessoas».
Numa linguagem cativante e legível requer do leitor, no entanto, alguma atenção e compreensão para além do razoável para que este entenda e se entusiasme com os casos concretos que são apresentados e explicados. Desde a ovelha da raça Leicester Longwool « Edward» que consegue reconhecer rostos individualmente e memorizá-los a longo prazo, passando por Arístides, um Lémure-de-cauda-anelada capaz de ter uma noção do processo evolutivo das sequências de contagem e ordenação.
E sem querer parecer muito exaustivo, posso apenas revelar que ali também se fala da complexidade e flexibilidade cognitivas do Orangotango, da capacidade do Corvo da Nova Caledónia para resolver problemas, inventar e utilizar ferramentas e de muitos outros casos. Do Elefante asiático, do Cíclideo africano, do polvo-gigante-do-pacífico, do Golfinho-roaz, etc, etc.
O texto é de Virginia Morell, vem acompanhado pelas fotografias de Vincent J. Musi, e é para ler até ao fim e para divulgar pelos amigos que se mostrem, eventualmente, interessados.