a dignidade da diferença
30 de Setembro de 2016

 

uri caine.jpg

 

Richard Wagner chegou a Veneza em Agosto de 1858. Da sua vivência na cidade recorda «uma atmosfera crepuscular e solene», onde conviviam nobreza, beleza e decadência. Por sua vez, os ecos da música de Wagner inspiraram o talentoso Uri Caine a reinventar algumas das suas composições, num registo que viria também a empregar com a música de Mozart, Schumann, Mahler e Bach (numa soberba reinterpretação das Variações Goldberg). Quebrando barreiras e devorando géneros musicais, o modus operandi do Uri Caine Ensemble consiste numa sucessiva aproximação de estilos e eliminação de fronteiras estéticas. Consegui-lo com a agilidade, a organização, a liberdade e, amiúde, a transcendência que Wagner e Venezia revela - no qual, vinte anos praticamente decorridos, ainda sobressai a vitalidade original -, fazendo as apropriações, os arranjos e as improvisações da música do genial compositor e maestro alemão soar de forma quase instintiva e natural, sem perder a erudição dos seus modelos – excertos de Tristão e Isolda, Tannhäuser ou Lohengrin, por exemplo - já é uma proeza que não estará ao alcance de muitos…

 

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 22:15 link do post
10 de Fevereiro de 2008

Variações Goldberg (de J.S.Bach) - Glenn Gould (1955/1982)

 

 

 

Para muitos, Gould, a quem já chamaram a Maria Callas do piano, tem a interpretação definitiva das variações goldberg de Bach. Ao fim deste tempo todo, ainda não me consegui decidir se prefiro a gravação de 1955 ou a de 1982. Ambas mostram a sua extraordinária exuberância técnica ao serviço de uma leitura individual desta peça que nos consegue transmitir, qual ilusionista, uma correspondência matemática entre os vários andamentos. Se na primeira prevalece o prodígio interpretativo e a técnica quase impossível, na última respira-se melhor e existe uma diversidade maior através dos imensos e excêntricos recursos estilísticos utilizados que vão da lentidão excessiva à rapidez alucinante. Leituras geniais, sem dúvida, de um extraordinário pianista que também tinha uma posição lendária ao piano: debruçava-se e curvava-se de tal modo sobre o instrumento, que, a dada altura, pareciam tão unidos que se tornavam um só corpo.

publicado por adignidadedadiferenca às 15:34 link do post
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