a dignidade da diferença
30 de Outubro de 2010

 

Claude Lorrain, Porto de Mar com Embarque da Raínha de Sabá, 1648

 

«Das associações de Turner, a mais profunda parece ter sido com Claude. Legou o seu quadro Dido Construindo Cartago à National Gallery, fundada havia pouco tempo, na condição de o colocarem ao lado do Embarque da Rainha do Sabá de Lorrain – como hoje se pode ver. Já se falou na maneira como a profundidade do estilo de Lorrain o emocionara, e também na sua suspeita de que nunca seria capaz de fazer nada de equiparável. Mas, aquele primeiro encontro com essa pintura deve ter estimulado algo em si, cuja predisposição já existia, algo que buscava, que lhe abriu os olhos para o que mais ia retratar.»

 

Michael Bockemühl, tradução de Paula Reis.

 

J. M. W. Turner, Dido Construindo Cartago, 1815

 

publicado por adignidadedadiferenca às 13:21 link do post
20 de Fevereiro de 2008

Aleksandr Sokurov - Mãe e filho (1997)

 

Como muito bem refere Inês Pedrosa na sua última crónica no jornal «O expresso»,  poupa-se às crianças (e, digo eu, aos adultos), cada vez mais, o contacto com qualquer coisa que se assemelhe a uma realidade difícil, seja ela Os Lusíadas ou a morte de alguém, fazendo com que os meninos de hoje cresçam num mundo virtual, em que tudo tem de ser jogo e animação e festa.

Para contrariar esse descaminho, nada melhor do que este filme que conta uma história feita de coisas simples e duras. Aqui, mostra-se apenas(?) o carinho com que um filho trata a sua mãe durante os (últimos) dias em que esta sente a proximidade da morte. Ou seja, precisamente o contrário do que as pessoas desejam, hoje, ver e partilhar.

A recompensa está, porém, para quem, nele, souber ver a força esmagadora da natureza e uma profunda emoção e beleza estética.

Aqui mora, como se de um sopro divino se tratasse, a mais perfeita relação entre a pintura e as imagens em movimento, vivida nos anos 90 do século passado.

 

Um estilo único e admirável que se serve entre muitas outras coisas, dos interiores e dos castanhos de Rembrandt,

 

 

das paisagens de Harpignies,

 

 

do esplendor de luz e cor de Turner,

 

 

 

 

do génio da pintura moderna de Cézanne e da sua relação com a montanha,

 

 

 

 

e do impressionismo de Renoir

 

 

 

 

Mas o melhor, mesmo, é ver o filme. 

 

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 00:39 link do post
08 de Fevereiro de 2008

                           Pause - Four Tet (2001)

 

 

 

Caixas de música chinesas, esculpidas em filigranas electrónicas, que encaixam na perfeição em pequenas abstracções acústicas, caminham lado a lado com mosaicos de world music à deriva, apanhados no meio do trânsito caótico em cenário de fim de século, reflectidos num espantoso e delicado ambientalismo sonoro concretizado por um músico/pintor que utiliza, simultaneamente, as telas coloridas de Seurat, de Renoir e de Turner, e os sons do jazz, da folk e do trip-hop, para nos dar a sua visão pictórica do mundo, que abraça o romantismo, o paisagismo e o impressionismo.

publicado por adignidadedadiferenca às 00:54 link do post
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