a dignidade da diferença
18 de Agosto de 2015

 

david ackles 2.jpg

 

«A long with Randy Newman, Van Dyke Parks, Harry Nilsson and some others, David Ackles helped widen the definition of contemporary singer-songwriters in the late 1960s. This was a group of performers open to incorporation of many non-rock pop and theatrical influences into their work, and not based in folk-rock, like so many of the other early singer-songwriters were. Nor were they conventional rock or pop singers. Somehow, nonetheless, they recorded albums that were marketed to the rock audience. Of all the names mentioned above, David Ackles is certainly the most obscure, even if his quartet of albums won him a cult audience that included Elton John and Elvis Costello. David Ackles, his self-titled 1968 Elektra debut, was an unusual effort even by the label’s own high standards for introducing original talents. Ackles’ dark, brooding songs and low croon-rumble of a voice delivered cerebral lyrics painting the everyday adventures of misfits and their struggles to find meaning and spirituality. What could have been overblown in other hands was given a stately dignity by the stoicism, vacillating between determination and resignation, of Ackles’ vocals and observations. Far more than any of his subsequent albums, the record’s arrangements were tailored for rock ears, with ethereal psychedelic-tinged guitar and organ that weren’t too unlike those heard on other Elektra LPs of the time, such as Tim Buckley’s early releases.»

Richie Unterberger

 

 

29 de Setembro de 2014

 

 

«Tim Buckley possessed a golden voice that spanned the range from baritone to tenor. More importantly, he knew what to do with it. Sometimes he used it simply as a vehicle to carry the lyrics. Other times he used it as an extraordinary musical instrument in its own right. Standing on stage beside him, playing guitar, listening to the compassion, hope, tenderness, anguish, wistfulness, love and power surging through his voice, I often felt my spine shiver with goosebumps. Between 1966 and 1975, Buckley released nine albums. Throughout that time, he sang like nobody else I’ve ever heard.»

Lee Underwood

 

 

09 de Fevereiro de 2012

 

Completamente esquecidos nos dias de hoje estão os Long Fin Killie, uma das bandas mais originais, inventivas e fascinantes da produtiva década de noventa do século XX. Música genuinamente nova para a época, provocante, misteriosa e agreste, alimentava-se das assombrações vocais de Tim Buckley e, após breves momentos de rarefacção sonora, explodia em espasmos vulcânicos de heavy-metal, sobretudo nos magníficos Houdini e Valentino, expoentes de uma atitude de risco estético de certa forma associado ao conceito de música alternativa. Fica uma recordação do primeiro, com o vídeoclip do vibrante Hollywood Gem.

 

 

19 de Outubro de 2011

 

Tim Buckley: Song To The Siren

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 00:35 link do post
10 de Janeiro de 2010

 

To Be Still, Alela Diane

 

The Farewell Concerts, Alfred Brendel

 

Noble Beast/Useless Creatures, Andrew Bird

 

Grains, Boozoo Bajou

 

Sacrificium, Cecilia Bartoli

 

Bel Canto, Elina Garanca

 

DR Boondigga And The Big BW, Fat Freddys Drop

 

Blood From a Stone, Hanne Hukkelberg

 

The Seven Last Words of Christ on the Cross, Haydn/Frans Bruggen

 

Lindstrom & Prins Thomas II, Lindstrom & Prins Thomas

 

Things Have Got to Change, Marty Ehrlich Rites Quartet

 

Teatro d'Amore, Monteverdi/Christina Pluhar

 

The First Days of Spring, Noah And The Whale

 

Checkmate Savage, The Phantom Band

 

Mostly Coltrane, Steve Kuhn Trio

 

The BQE, Sufjan Stevens

 

Symphony n.º 5/Francesca da Rimini, Tchaikovsky/Gustavo Dudamel

 

Live At The Folklore Center, NYC ~ March 6, 1967, Tim Buckley

 

Glitter And Doom Live, Tom Waits

 

Here's The Tender Coming, The Unthanks

 

02 de Novembro de 2009

 

Gravação ao vivo de uma actuação magnífica de Tim Buckley, na altura ainda razoavelmente desconhecido, perante uma assistência de 35 pessoas e pouco tempo antes de publicar o esplêndido Goodbye and Hello.

Eis, então, uma óptima oportunidade para escutar a mais sublime voz que atravessou a passagem da década de sessenta para a de setenta do século XX, aqui, apenas com o acompanhamento da guitarra, voando livre e majestosamente sobre nós, pobres mortais.

Música vibrante e inesquecível e uma interpretação em assombroso estado de alucinação.

Directamente para a lista dos imprescindíveis do ano.

 

"Song for Jainie"

 

publicado por adignidadedadiferenca às 00:40 link do post
17 de Maio de 2009

 

Jeff Buckley, Grace (1994)

 

 

 

 

Sou da opinião de que o culto gerado à volta de Jeff Buckley – principalmente, após a sua morte – terá sido, porventura, algo exagerado, face à razoável decepção que tive ao escutar a sua segunda gravação; o duplo Sketches For My Sweetheart The Drunk. Composto por um primeiro disco que nunca teve uma versão definitiva e que pouco mais não é do que uma actualização da matriz musical que fez história nos Led Zeppelin, acompanhada, aqui e ali, por um instinto pop razoavelmente apurado, por alguns trapos de folk sensível e por uma voz que, por vezes, soube voar bem alto. O segundo disco deixou uma impressão demasiado vincada a manta de retalhos, embora, num par (de esboços) de canções, por força do talento musical indiscutível de Buckley, francamente sedutora.

Contudo, também é verdade que o filho do lendário e genial Tim Buckley entrou directamente para a história da música, com uma das mais impressionantes e emocionalmente arrepiantes estreias musicais de que há memória.

Grace não é uma obra de ruptura com o passado musical e até convive bem com as marcas da época, mas deixa um traço absolutamente ímpar que é a impressionante naturalidade com que o autor domina, superiormente, os mais diversos géneros musicais, atravessando-os e trespassando-os literalmente, numa bela e singular demonstração de ecletismo musical, poético e estético.

Buckley assina, nesta gravação, um punhado de grandes canções clássicas, oferecendo-nos uma gama de recursos estílisticos soberba e variada que vai do espectro sonoro de Captain Beefheart até à sublime transfiguração romântica do sofrível Lilac Wine. Todas as canções possuem uma embriaguez sonora que é o reflexo de um estado de alma que caminha sempre no fio da navalha. Ternura e revolta tantas vezes de mãos dadas, como se pode escutar nestes espantosos espasmos sonoros que se afundam em pedaços de heavy-metal electrocutado e se elevam em sumptuosos e celestiais arranjos de cordas, superiormente conduzidos por uma assombrosa voz de anjo negro que voa, magnifica e livremente, sobre montanhas de desespero e abismos de paixão.

Claro que todos nós temos duas ou três canções preferidas num álbum como este e eu não escapo à regra. Sinto-me impotente perante a levitação vocal que acontece no final da magnífica Grace (nunca a voz de Jeff foi capaz de voar tão alto), não esqueço a frágil e emocional interpretação à beira do abismo de Corpus Christi Carol do compositor erudito Benjamin Britten, nem a inesquecível e solitária versão de Hallelujah do Leonard Cohen ou a espantosa e visceral Eternal Life, radiografia perfeita da emoção levada ao extremo da dor, da ira e da paixão.

Se todos os restos musicais de Jeff Buckley foram explorados até à náusea, sem que daí resultasse alguma mais-valia musical, existe mais uma gravação, porém, que vai servir para alimentar, merecidamente, o mito: o magnífico Live Al’Olympia, celebração exuberante do rock’n’roll quando já todos o julgávamos morto e enterrado.

E, já agora, o meu desejo é que o culto prestado a Jeff Buckley se estenda ao seu pai, Tim, autor de uma prodigiosa e semi-esquecida obra musical, nomeadamente os memoráveis e mui excelentes Goodbye and Hello, Happy Sad, Blue Afternoon, Lorca, o «live» Dream Letter e, acima de todos, Starsailor. 

 

 

 

 

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 23:18 link do post
07 de Março de 2009

 

Para a Ana Salomé

 

 

Once I Was (Live 1968)

 

publicado por adignidadedadiferenca às 00:34 link do post
13 de Fevereiro de 2008

Jeff Buckley (músico)

 

Um músico e uma voz excepcional (tão sublime como a do pai, Tim) que deixou dois álbuns para a posteridade:

«Grace» de 1994 e «Live al'Olympia» de 2001 (edição póstuma).

 

 

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 00:45 link do post
15 de Novembro de 2007

Por entre histórias que ninguém deseja ouvir, como explicar tamanho fascínio? Incrédulo, sob o efeito sonâmbulo de uma música agridoce feita de devastadoras catedrais de violinos em desafio constante com abissais glaciares sonoros derretidos sob a lava incandescente de um coração a bater (ou a gemer?), assisto ao desenrolar contínuo de prosas roubadas a seres desfigurados pela mais dura experiência humana. Histórias de luz e de trevas, paixões em florestas negras, fugas e correrias desenhadas em busca de estranhos seres amados, adolescentes que se fazem homens nas mãos e nos jogos de mulheres mais experientes, dor e sofrimento à beira do abismo, mas sempre com a percepção de que, felizmente, mais cedo ou mais tarde, coisas mais importantes nos irão ajudar. E o mais incrível e espantoso desta autêntica descida ao inferno é que reside precisamente na música que a conta a nossa salvação. Se é a música mais desesperada de todas as que recordo, é, também, a mais sedutora.

Seja na orquestra saída de um sonho dos Divine Comedy em «the siren songs», seja na leve brisa sonora que nos afaga, docemente, a face, sobre uma construção dramática em registo Tindersticks (mas estes gajos estão em todo o lado?) na belíssima «Dinah and the beautiful blue», até se perceber que é ainda melhor que Tindersticks. Ou em quase tudo o que acontece no que resta. Desde a voz quente e profunda de Tim Buckley à majestosa arquitectura sonora que, muitas vezes no mais sublime e absoluto silêncio, ocupa de forma mais que perfeita o tempo e o espaço de uma canção, passando por gritos, sussurros, paragens e acelerações cardíacas por entre a assombrosa urgência do refrão de «where's the high?» e o espanto total de «all that numbs you». De menos memorável, e não há bela sem senão, encontro apenas duas músicas mais facilmente esquecíveis: «postcard» e «mesmerene».

E depois há «Betty Caine». Sim, Deus parece existir. Pelo menos durante aqueles três minutos e meio. «Betty Caine» é a mais espantosa, dilacerante, sedutora e ultra-romântica das canções. Explode no nosso coração entre dois versos e, por mais de uma vez, quase nos faz tocar o céu. Abandona-nos, sem rede, nas teclas solitárias de um piano rumo a uma estratosférica secção de cordas para, literalmente, nos deixar comover por não estarmos preparados para aceitar o deslumbramento da (des)harmonia quase sobrenatural que esta música nos oferece.
E se pretendo oferecê-la ao meu melhor amigo, a verdade é que, bem no meu íntimo, não desejo partilhá-la com mais ninguém. Genial.

publicado por adignidadedadiferenca às 19:36 link do post
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