a dignidade da diferença
20 de Abril de 2014

 

 

Aníbal Fernandes apresenta modelarmente Henry James como alguém que «escreveu ao contrário dos êxitos literários do seu tempo. Numa época de leitores a preferirem histórias com surpresas de percurso, pôs um grande talento de escritor ao serviço de uma corrente calma, discreta e a espalhar-se num extenso número de páginas, entravada por análises psicológicas de personagens distanciadas, na cultura e nos confortos, do homem mais comum nesse final do século XIX». Contudo, através da editora Sistema Solar, prefere, entre outras obras do celebrado escritor, publicar e traduzir magníficas ficções curtas tais como Os Manuscritos de Aspern, O Mentiroso e O Aperto do Parafuso. Se na verdade o autor não se estende nestas pequenas obras por um extenso número de páginas, também não perde nenhuma das suas principais características literárias. Sobrepondo sempre à história uma detalhada construção psicológica das personagens, Henry James acrescenta ainda uma esmerada elaboração coreográfica dos diversos conflitos, desenvolve o ritmo e a justa medida das frases, domina a elipse na perfeição, valoriza a substância e o sentido da prosa, descreve magnificamente os locais e revela, por fim, uma capacidade única para adaptar o espaço às necessidades de evolução dramática. Exemplar.

 

28 de Dezembro de 2013

Face à dimensão quase estratosférica de obras que foram publicadas durante o ano e à impossibilidade física de aceder a um número mínimo exigível que permita ficar com uma ideia aceitável das publicações relevantes no domínio da criação literária, apresentar uma lista dos melhores livros do ano é, cada vez mais, uma tarefa francamente ingrata. Subsiste por isso o critério utilizado no último ano: escolher de memória os livros que mais me agradaram, sem preocupações de género ou de hierarquia. Uma lista de doze livros (nacionais e estrangeiros) - quantidade só possível de atingir com o contributo dos dois volumes da História da Minha Vida, de Giacomo Casanova -, equivalente a um por cada mês de calendário, discretamente organizada por simples ordem alfabética. Falta o destaque mais ou menos óbvio de Servidões, do Herberto Hélder - pelo menos, a avaliar pela dimensão transcendente da sua obra passada -, mas não consegui apanhar o livro. Também não entra na lista, mas podia entrar, o livro com a recolha dos escritos de Claudio Magris, publicados em jornais nos últimos dez anos, intitulado Alfabetos. Porém, só agora tive a oportunidade de lhe pegar...

 

 Giacomo Casanova, História da Minha Vida (2 volumes)

 

 Pedro Correia, Vogais e Consoantes Politicamente Incorrectas do Acordo Ortográfico

 

 Carlos Fuentes, Contos Sobrenaturais

 

Ben Goldacre, Farmacêuticas da Treta

 

Knut Hamsun, Mistérios

 

Henry James, O Aperto do Parafuso

 

Jacques Rancière, Béla Tarr O Tempo do Depois

 

Gustavo Sampaio, Os Privilegiados

 

Lee Smolin, O Romper das Cordas

 

Hjalmar Söderberg, O Jogo Sério

 

Dalton Trevisan, A Trombeta do Anjo Vingador

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