a dignidade da diferença
08 de Agosto de 2016

 

Ascensão.png

 

Urso de Ouro, em 1977, no Festival de Berlim, Ascensão, da cineasta Larisa Shepitko - casada com Elem Klimov, uma das mais distintas figuras do cinema soviético, viria a falecer com 41 anos num acidente de viação - foi talvez o mais expressivo e assombroso filme sobre a invasão de leste pelos nazis, durante a Segunda Guerra Mundial, que tive oportunidade de ver. Da mesma autora foi ainda possível conhecer outros trabalhos, tais como Asas e Tu e Eu, no Grande Ciclo de Cinema Russo – Do Mudo À Perestroika. Quanto a Ascensão, longos e admiráveis planos-sequência, a par de um conjunto imenso de grandes planos com a capacidade única de revelar a alma dos protagonistas através do seu rosto, bem como o notável aproveitamento dramático da paisagem e do clima impiedoso, testemunham uma desesperada luta pela sobrevivência de um grupo de soviéticos capturado pelos nazis, na qual, entre os mais diversos e justificados comportamentos, sobressaem os daqueles que estão de acordo com a sua consciência. Culpa, traição, angústia, coragem e procura de uma verdade interior, manifestam-se ao longo do clima de tensão cunhado pelo formidável e sólido desempenho dos actores e pela prodigiosa direcção artística da cineasta Larisa Shepitko. Filme terrível e que implode numa violência surda quase insuportável? Sem sombra de dúvida. Mas tão magnífico e com uma impressionante força dramática.

 

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 20:28 link do post
23 de Setembro de 2010

 

Com o começo das aulas do 2.º ano na Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Lisboa, pouco tempo me vai sobrar para além do estudo aprofundado das cadeiras de Direito da Actividade Administrativa, Organização Judiciária, Teoria Geral do Negócio Jurídico, Direitos Fundamentais (uma coisa que anda muito esquecida por aí…) e Direito Internacional Público. O blog irá, evidentemente, sofrer com essa situação. Daqui em diante, pouco mais farei do que pequenas citações de matérias que julgue importantes ou, no mínimo, interessantes, e, eventualmente, duas ou três chamadas de atenção para obras das mais diversas formas de expressão artística de que goste muito. 

 

Por conseguinte, deixo-vos, para finalizar, duas belas sugestões; o celebrado «A Segunda Guerra Mundial», obra colossal de Martin Gilbert, historiador inglês de dimensão superior, portador de uma escrita hábil, fluente e de grande fôlego narrativo, e «If You Leave It Alone», assinado em 2009, obra dos novíssimos - para mim, que acabei de os conhecer – e simultaneamente velhinhos (com dez anos de existência) The Wave Pictures, a mais conseguida tradução do espírito inicial dos Violent Femmes e da estética artesanal dos Cake, assente em rarefeitas mas cativantes melodias que uma subtil secção de metais transporta para uma dimensão superior, as quais actuam como pano de fundo para uma genuína, incisiva e talentosa escrita pop.

Quanto a vós, estimados leitores, regulares ou de ocasião, fiquem bem e sobrevivam neste país em crise…

 

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