a dignidade da diferença
29 de Dezembro de 2012

 

Tendo em conta a dimensão estratosférica de obras que foram publicadas durante o ano e a impossibilidade física de aceder a um número mínimo exigível que permitisse ficar com uma perceção razoável daquilo que foi acontecendo de relevante no domínio da criação literária, apresentar uma lista dos melhores livros do ano será uma tarefa perfeitamente estúpida, ingrata e inútil. Na melhor das hipóteses, sem cair no ridículo, apenas poderei destacar daquilo que li os poucos livros que me agradaram (doze no total, uma média de um livro por cada mês do ano, incluindo novas edições, reedições ou primeiras edições de livros antigos). É o que farei.

 

A Economia dos Pobres, Abhijit V. Banerjee/Esther Duflo

 

O Legado de Humboldt, Saul Bellow

 

Obra Poética Vol.1, Jorge Luis Borges

 

Os Irmãos Karamázov, Fiódor Dostoievski

 

Poeira da Alma, Nicholas Humphrey

 

Os Manuscritos de Aspern, Henry James

 

Sobre a Balsa da Medusa, Anselm Jappe

 

Pensar, Depressa e Devagar, Daniel Kahneman

 

Mel, Ian McEwan

 

A Noite dos Proletários, Jacques Rancière

 

Do Natural, W. G. Sebald

 

Steve Sem-Sandberg, O Imperador das Mentiras

 

09 de Abril de 2011

 

 

Com uma elegância e um talento literário admiráveis, Saul Bellow oferece um amplo espaço para uma profunda reflexão sobre um país controverso, permanentemente atormentado, onde mudam os protagonistas mas permanece o conflito. O modelo clássico da literatura de viagens serve como mero pretexto para Saul Bellow avançar rumo a uma visão histórica que abrange a cultura e a identidade judaicas, os seus problemas sociais e tensão política. E não há o mínimo receio de encontrar nesta obra quaisquer maçadoras certezas ideológicas, pois do que ele se alimenta é de conversas atormentadoras, de magníficas histórias humanas relatadas por gente comum, isto é, pelos inúmeros intervenientes que fizeram e ainda fazem a história de uma nação inevitavelmente acossada pela actual conjuntura geopolítica. Um livro imenso onde o autor, apesar da gravidade do tema, não dispensa, aqui e ali, um brilhante travo humorístico, e, numa história de contradições, crueldade e paixões, enche os seus personagens com uma densidade, dignidade e compaixão ímpares e absolutamente inesperadas. Como afirma Carlos Vaz Marques, no prefácio, Jerusalém Ida e Volta «é um livro político. Sê-lo-ia mesmo que o autor pretendesse evitá-lo. Como tudo o que diz respeito a Israel, é um relato votado, desde o início, à controvérsia.» Trata-se, em suma, da história de uma cidade, Jerusalém, que «não dá tréguas a quem a visita, onde em praticamente tudo se jogam questões de vida ou de morte.»

publicado por adignidadedadiferenca às 12:04 link do post
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