Impossível resistir ao ritmo desta ficção imensa, tão viva, rica e imprevisível, à destreza da sua linguagem, ao filão inesgotável de ideias e ao delicioso e comovedor cruzamento de personagens arrebatadoras. Obra perene de Saul Bellow, autor maior, que, num rasgo de génio (entre tantos outros), a sintetizou admiravelmente nesta meia dúzia de linhas: «Humboldt, aquele homem grandiloquente, imprevisível e atraente, de rosto largo e alourado, aquele homem encantador e desenvolto, profundamente inquieto e a quem eu me sentia tão ligado, viveu com paixão, até ao fim, o problema do Êxito. Como é natural, morreu no Fracasso. Que outra consequência pode resultar de escrever esses substantivos com maiúsculas?»