a dignidade da diferença
13 de Janeiro de 2013

 

 

Já tive a oportunidade de destacar a importância do livro escrito pelo psicólogo Daniel Kahneman, Pensar, Depressa e Devagar, o qual explica admiravelmente o método de funcionamento dos dois sistemas que fixam o nosso modo de pensar e explica o seu método de funcionamento: enquanto o primeiro é intuitivo e emocional, o segundo é menos célere, mais lógico e ponderado. Mas a questão que hoje trago à colação não se relaciona com aqueles sistemas tão determinantes para as nossas decisões. No decorrer da análise que modela o fio condutor da obra, o seu autor – de forma não intencional - fornece um exemplo magnífico do significado do processo de ajustamento que a Troika nos quer impor com a aprovação dos nossos governantes; muito simplificado, é certo, mas assim percebem todos. Querem a demonstração? Passo a citar: «Uma pequena loja de fotocópias tem um empregado que lá trabalha há seis meses e ganha 9 dólares por hora. O negócio continua a ser satisfatório, mas houve uma fábrica na zona que fechou e o desemprego aumentou. Outras lojas semelhantes contrataram agora empregados de confiança a 7 dólares à hora para desempenharem tarefas semelhantes às realizadas pelo empregado da loja de fotocópias. O proprietário da loja reduz o salário do empregado para 7 dólares.» Plano de ajustamento é isto.

06 de Outubro de 2012

 

 

«A procura espontânea de uma solução intuitiva por vezes falha – nem uma solução de especialista nem uma resposta heurística surgem na mente. Em tais casos, descobrimo-nos a mudar para uma mais lenta, mais deliberada e mais esforçada forma de pensar. É o pensar devagar do título. Pensar depressa inclui as duas variantes do pensamento intuitivo – a de especialista e a heurística -, bem como as atividades mentais inteiramente automáticas da perceção e da memória, operações essas que nos permitem saber que está um candeeiro sobre a mesa, ou relembrar o nome da capital da Rússia. A distinção entre pensar depressa e pensar devagar foi explorada por muitos psicólogos durante os últimos vinte anos. Por razões que explicarei mais detalhadamente no próximo capítulo, descrevo a vida mental através da metáfora de dois agentes, chamados Sistema 1 e Sistema 2, que produzem respetivamente o pensar depressa e o pensar devagar. Falo das características do pensamento intuitivo e do deliberado como se fossem traços e disposições de duas personagens na nossa mente. Na imagem que emerge da investigação recente, o intuitivo Sistema 1 é mais influente do que aquilo que a nossa experiência nos diz e é o autor secreto de muitas escolhas e juízos que fazemos. A maior parte deste livro é acerca do funcionamento do Sistema 1 e das influências mútuas entre ele e o Sistema 2.»

Pensar, Depressa e Devagar, de Daniel Kahneman (tradução de Pedro Vidal). 

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