Com excepção de «os regionalismos cansativos, o pícaro programático, o virtuosismo exibicionista», que não me parece a melhor forma de descrever um grande escritor, raramente me senti tão próximo da opinião de alguém como é o caso desta que o Pedro Mexia escreveu no seu blogue Estado Civil, e que encontrei no livro que reúne os textos escritos pelo próprio entre Outubro de 2006 e Janeiro de 2009 numa edição da Tinta-da-China:
A doença infantil do direitismo é a boutade. Sobretudo no meio cultural. Sendo o «regime» de esquerda, o direitista aprecia acima de tudo as provocações gratuitas. Mesmo que sejam patetas.
Sou um assumido admirador de Vasco Pulido Valente; mas dizer, como ele disse, que Aquillino é um escritor «medíocre» não passa de uma boutade.
É normal que não se aprecie o estilo de Aquilino, os regionalismos cansativos, o pícaro programático, o virtuosismo exibicionista. Mas há que ter sentido das proporções e das palavras.
Dizer que Aquilino é um escritor «medíocre» é uma bojarda. Sobretudo vindo de quem já elogiou Clara Pinto Correia.