Acabou de ser publicado, em edição nacional da Quetzal, o mais recente trabalho do escritor Julian Barnes, The Sense of an Ending (O Sentido do Fim, na tradução portuguesa de Helena Cardoso), o qual, como é do conhecimento comum, foi galardoado com o Man Booker Prize 2011. Depois, sobretudo, dos extraordinários O Papagaio de Flaubert e Nada a Temer, Barnes, neste livro, apura ainda mais a sua escrita elegante, aperfeiçoando a construção das frases, recorrendo mais habilmente ao humor e à mordacidade ou descobrindo soluções surpreendentes para a narrativa, conjugando superiormente um clima de crescente tensão com não raros momentos de sublime delicadeza. Tudo magistralmente aproveitado para o seu autor nos oferecer uma agridoce meditação sobre o peso da memória e a instabilidade do nosso conhecimento. Um livro soberbo.