a dignidade da diferença
14 de Outubro de 2012

 

 

Veckatimest (de 2009) era (e ainda é) um admirável conjunto de canções pop detalhadas e complexas, ricamente bordadas e orquestradas, as quais nunca perdem o rumo e são superior e inesperadamente embrulhadas em magníficos corais herdados do património mais qualificado dos Beach Boys. Shields, o seu mais recente trabalho, não traz nada de muito novo mas prossegue de forma inventiva e adotando uma perspetiva mais contemplativa, o caminho estruturalmente psicadélico e desconstrutivo de uma pop inteligente, elaborada e sofisticada, mas cujas canções nunca chegam a perder de vista aquela matéria emocional capaz de nos tocar o coração. Da mesma família dos notáveis Dirty Projectors (ainda não escutei o último álbum), Field Music, St. Vincent (co-autora, com David Byrne, do novíssimo e meritório Love This Giant), My Brightest Diamond ou Efterklang. Um dos melhores e mais exigentes discos do ano.

 

Yet Again

05 de Janeiro de 2012

Mais do que a relevância dada aos eleitos, o que realmente marca nas habituais listas dos melhores do ano é o esquecimento a que imerecidamente são votadas algumas das mais belas gravações daquele período. Aproveitamos, por conseguinte, a ocasião para reparar essa injustiça. De fora ficaram e não deviam: The Unthanks, Amy Winehouse (uma recolha que, embora algo desequilibrada, revela que o melhor ainda estava para vir), Nina Nastasia (escutado apenas em 2011, mas foi afastado porque o disco é do ano anterior), PJ Harvey, St. Vincent (do género primeiro estranha-se depois entranha-se), Fujiya & Miyagi, Joe Lovano, The Bill Dixon Orchestra (com a reedição do revolucionário e inclassificável Intents and Purposes), Wave Pictures, o veteraníssimo Paul Simon (há anos que não reunia numa única gravação uma colecção de canções tão boa), The Feelies (um óptimo e abrasivo regresso), a magnífica leitura que Christina Pluhar fez de Vespro Della Beata Vergine, de Monteverdi, e a soul clássica de Sharon Jones & The Dap-Kings. Deixamos então a nossa lista (perfeitamente aleatória) dos preferidos. Hoje apresentamos esta, amanhã, muito provavelmente, seria outra bem diferente.

 

Alela Diane & Wild Divine

 

 Anna Calvi

 

Björk, Biophilia

 

Charles Bradley, No Time For Dreaming

 

Donizetti/Netrebko/Garanča/Pidò, Anna Bolena (DVD)

 

Fred Hersch, Alone at the Vanguard

 

 Hidden Orchestra, Night Walks

 

Jono McCleery, There Is

 

June Tabor, Ashore (ou Ragged Kingdom, com a Oyster Band)

 

Laura Marling, A Creature I Don't Know

 

 Lisa Batiashvili/Esa-Pekka Salonen, Echoes of Time

 

Liszt/Barenboim/Boulez, The Liszt Concertos

 

Liszt/Nelson Freire, Harmonies du Soir

 

Marty Ehrlich's Rites Quartet, Frog Leg Logic

 

Miles Davis Quintet, Live in Europe 1967

 

My Brightest Diamond, All Things Will Unwind

 

Steve Reich/Kronos Quartet, WTC 9/11

 

Thao & Mirah

 

Tom Waits, Bad As Me

 

tUnE-yArDs, Whokill
23 de Dezembro de 2008

 

5. Vampire Weekend «I Stand Corrected»

 

 

 

4. Two Banks Of Four «Queen Of Crows»

 

 

 

3. Cat Power «Metal Heart»

 

 

 

2. Bill Fay «Garden Song» (1970)

 

 

 

1. My Brightest Diamond «From The Top Of The World»

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 19:51 link do post
28 de Julho de 2008

 

Era para falar deste disco sublime (a thousand shark's teeth) mais tarde, mas chegou a hora. E devo já dizer-vos que começa a posicionar-se, muito seriamente, como o mais sério candidato a álbum do ano. É o género de música que enquanto se escuta, desejamos não ser incomodados por mais ninguém.

Um encontro deslumbrante entre a fé inicial de PJ Harvey no rock, com os mais puríssimos Hugo Largo - posso estar a fantasiar, mas juro que a voz de Mimi Goese passa interminavelmente por aqui -, a angústia e a explosão em pequenos cataclismos do melhor Jeff Buckley e uma mini(?)-orquestra que tanto parece desintegrar-se em estilhaços como, quase em simultâneo, volta a reunir as notas (aparentemente) dispersas e compõe as mais memoráveis melodias que nos calharam em sorte nestes últimos meses.

 

 

Shara Worden confirma ao segundo passo a magnífica estreia e assina, muito provavelmente (se novo milagre não estiver para acontecer), o mais avassalador, pessoalíssimo e poético álbum de 2008. Quando ouço, principalmente, "Inside a boy", "Ice & the storm" e "From the top of the world", completamente viciado e a sentir o seu sangue a correr-me nas veias, já nem sei o que fazer com estas canções.

Experimentem tirar-me este disco, se forem capazes.

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 23:49 link do post
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