a dignidade da diferença
30 de Agosto de 2016

 

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Auguste Rodin, O Grito (1889)

 

«”A Cabeça da Dor” (1882) e “O Grito” (1889) de Rodin, do mesmo modo que “O Grito” de Edvard Munch, de 1893, são os três concebidos a partir do medo e da angústia. Estas obras têm apenas um objectivo: representar um sentimento. Rodin diz com precisão: (…) mesmo na minha obra declaradamente com menos acção, procurei sempre incutir-lhe uma indicação de movimento: praticamente nunca representei o repouso completo. Tentei sempre exprimir os sentimentos interiores pela mobilidade dos músculos… A arte não existe sem vida.» Gilles Néret, in Rodin, Esculturas e Desenhos, Taschen.

 

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Edvard Munch, O Grito (1893) 

publicado por adignidadedadiferenca às 20:26 link do post
26 de Julho de 2009

 

É bem patente a intenção de psicologizar e dramatizar as fronteiras entre os espaços interior e exterior. Esta ideia é continuada e acentuada em Quartos para Turistas, de 1945. Neste quadro, o tratamento das fronteiras é fundamentalmente ambivalente; trata-se, presumivelmente, da ilustração da descoberta de Freud de que os domínios do oculto e do alienante podem bem transitar um para o outro, visto que têm a mesma origem. A casa com os quartos de hóspedes ergue-se na noite, como um local acolhedor; as suas divisões iluminadas no rés-do-chão e a placa publicitária iluminada pela luz ao pé da vedação de sebe do lado da rua prometem segurança. Mas este local de conforto e acolhedor comporta ao mesmo tempo algo alienante, pois atrás das suas janelas iluminadas não se vêem pessoas e a luz que sai das janelas do rés-do-chão é de tal maneira forte que dir-se-ia a casa ser iluminada por uma única fonte de luz, no seu centro, dando-lhe uma claridade estranha. Este quadro transcende, assim, os seus contornos realistas: faz lembrar uma certa casa iluminada de maneira estranha por dentro, representada por Edvard Munch em A Tempestade (1893).

 

A casa dos quartos de hóspedes é, no quadro de Hopper, a única coisa bem iluminada também por fora, por uma luz cuja origem é desconhecida. Na sua fachada principal, encontram-se as luzes exterior e interior, a casa está revestida pelos tais efeitos de luz alienadores, que também caracterizam O Império da Luzes II (1950), de René Magritte.

 

Rolf G. Renner, in «Edward Hopper, Transformações do Real», Taschen 2001

 

publicado por adignidadedadiferenca às 19:56 link do post
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