a dignidade da diferença
03 de Janeiro de 2009

 

E termino a publicação das minhas preferências de 2008 com a escolha dos melhores discos do ano transacto.

A ideia inicial era publicar uma só lista, mas, com o avançar das escolhas, a tarefa tornou-se praticamente impossível. Optei, então, por dividir a lista em subgéneros musicais, o que me facilitou bastante o trabalho.

Na chamada música do mundo (ou world music), no jazz e na música portuguesa não chego a escolher os 10 discos da praxe, porque o ano musical esteve longe de ser, nesse campo, extraordinário.

Na música portuguesa, de notável apenas houve a gravação de Camané, mas tivemos ainda um muito bom disco de Tiago Guillul, autêntica renovação na música moderna cantada em português – que bem precisa dela. A lista foi enriquecida com a inesperada reedição da obra de Né Ladeiras durante os anos em que gravou para a Valentim de Carvalho, principalmente por causa da inclusão do soberbo Alhur.

Destaque na música clássica para as excepcionais gravações de Hilary Hahn com o director de orquestra Esa-Pekka Salonen, para o olhar transparente e rigoroso de Pierre Boulez na espantosa interpretação de Bartók e, por fim, para a magnífica leitura que András Schiff fez das sonatas para piano de Beethoven. Infelizmente dos volumes que foram publicados este ano só escutei o VI.

Na música popular merece particular destaque aquele que considero o disco do ano, naturalmente, mas ainda o excelente regresso dos American Music Club – com uma gravação ao nível dos essenciais Mercury e San Francisco –, mais a confirmação do excelente momento de Will Oldham, a continuar o renascimento em 2007 com o notável The letting go, e, finalmente, o opus final de Hector Zazou no ano em que nos deixou..

Nas reedições, o melhor foi o álbum de estreia de Bill Fay, mas também quis fazer justiça ao excelente Nigeria special: Modern highlife, afro-sounds & nigerian blues 1970-6 e aos Liquid Liquid. Sem esquecer, claro, os clássicos Thelonious Monk e Bill Evans que, não fosse a óptima gravação da Big Band de Carla Bley, seriam discos do ano em 2008!

Gostei muito das poucas coisas que consegui ouvir na net dos High Places, de Ego Plum & The Ebola Music Orchestra e da Marianne Faithfull, no entanto, como não consegui ouvir os discos por inteiro, não os posso incluir no lote (com alguma pena minha).

Aqui ficam registadas as minhas escolhas.

 

 

WORLD MUSIC

 

  4. Deus et Diabolus, Al Andaluz Project

  3. Dos lágrimas, Diego Al Cigala

  2. Nigeria special: Modern highlife, afro-sounds & nigerian blues 1970-6

  1. The Mandé Variations, Toumani Diabaté

 

 

 

JAZZ

 

  7. Loverly, Cassandra Wilson

  6. Rabo de Nube, Charles Lloyd Quartet

  5. Pass it on, Dave Holland Sextet

  4. Present tense, James Carter

  3. Brilliant corners, Thelonious Monk

  2. Portrait in jazz, Bill Evans Trio

  1. Appearing nightly, Carla Bley Big Band

 

 

MÚSICA PORTUGUESA

 

  7. CTU, Telectu

  6. A FlorCaveira apresenta o advento

  5. Vozes de nós, Cramol

  4. Lusitânia playboys, Dead Combo

  3. Tiago Guillul IV

  2. Essência - Os anos Valentim de Carvalho 1982-1983, Né Ladeiras

  1. Sempre de mim, Camané

 

 

MÚSICA CLÁSSICA

 

10. Bellini: La Sonnambula, Bartoli/Flórez/La Scintilla

  9. Jérusalem, Jordi Savall, Hespèrion XXI

  8. Haydn: The creation, Paul McCreesh

  7. The promise of music, Gustavo Dudamel (DVD)

  6. Richard Strauss: Songs & Arias, Renée Fleming/Thielemann

  5. Beethoven: The piano sonatas volume VI, András Schiff

  4. Complete edition, Olivier Messiaen

  3. The great operas from the Bayreuth Festival, Richard Wagner

  2. Bartók: 3 Concertos, Pierre Boulez/Aimard/Kremer/Bashmet

  1. Schoenberg/Sibelius: Violin concertos, Hilary Hahn/Esa-Pekka Salonen

 

 

POP/ROCK

 

 20. The evangelist, Robert Forster

 19. Grass is singing, Lonely Drifter Karen

 18. Weather’s coming…, Phoebe Killdeer and the Short Straws

 17. @#%&*! Smilers, Aimee Mann

 16. Dig, Lazarus, dig!!!, Nick Cave & The Bad Seeds

 15. A mad & faithful telling, Devotchka

 14. Hello, voyager, Evangelista

 13. Vampire Weekend

 12. Chemical chords, Stereolab

 11. Lie down in the light, Bonnie “Prince” Billy

 10. micah p. hinson and the red empire orchestra

   9. Slip in and out of phenomenon, Liquid Liquid

   8. Lightbulbs, Fujiya & Miyagi

   7. The golden age, American Music Club

   6. The bootleg series vol. 8: Tell tale signs, Bob Dylan

   5. Jukebox, Cat Power

   4. Junkyard gods, Two Banks of Four

   3. In the house of mirrors, Hector Zazou & Swara

   2. Bill Fay

   1. A thousand shark’s teeth, My Brightest Diamond

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 03:05 link do post
29 de Dezembro de 2008

 

 

Sendo, naturalmente, uma opinião (muito) pessoal e subjectiva e, por essa razão, sujeita a variações de gosto (quase) diariamente, aqueles que hoje considero os melhores filmes de 2008 poderiam não constar pela mesma ordem numa próxima lista que supostamente poderia publicar. O mesmo se irá passar, sem dúvida, com a escolha dos melhores livros e dos melhores discos. E depois da breve introdução, vamos ao que interessa.

Indecisão angustiante para a escolha do melhor filme até à última hora entre  aquele que considero visualmente o mais poderoso filme americano do ano, «Haverá sangue», e o espírito livre e poético (com reminiscências de Dovjenko e Tarkovski) de «Alexandra».

Cinema americano de qualidade é coisa cada vez mais rara e eleger uns quantos tornou-se bem difícil, exceptuando o filme dos irmãos Coen «Este país não é para velhos». Com mais esforço consegui chegar a Spielberg – que realizou o melhor filme descaradamente comercial – e a Todd Haynes, com a vibrante e nada convencional homenagem a Bob Dylan.

No resto do planeta o mais entusiasmente veio de França com os excelentes «Corações» e «O segredo de um cuscuz», que encontraram a solução mais feliz para ultrapassar o eterno problema entre cinema popular e cinema de autor, merecendo também referência os muito bons «A turma» e «Os amores de Astrea e de Celadon».

A nota final vai para o único filme de animação a merecer destaque, o belíssimo «Wall.E».

A lista é esta e fica sujeita à vossa apreciação crítica. Deixo-vos ainda com uma pequena lista com os 5 filmes mais importantes editados no nosso país em DVD. Mais tarde virão os 20 melhores discos (entre pop, jazz e música «clássica») e os 12 melhores livros.

 

 

10. I’m not there, Todd Haynes

  9. Wall.E, Andrew Stanton

  8. Indiana Jones e a caveira de cristal, Steven Spielberg

  7. A turma, Laurent Cantet

  6. Os amores de Astrea e de Celadon, Eric Rohmer

  5. Corações, Alain Resnais

  4. Este país não é para velhos, Ethan e Joel Coen

  3. O segredo de um cuscuz, Abdellatif Kechiche

  2. Haverá sangue, Paul Thomas Anderson

  1. Alexandra, Aleksandr Sokurov

 

 

 

OS CINCO MELHORES FILMES DO ANO EM DVD

 

  5. Deserto vermelho, Michelangelo Antonioni

  4. O anjo, Ernst Lubitsch

  3. Elena e os homens, Jean Renoir

  2. O desejo humano, Fritz Lang

  1. O evangelho segundo São Mateus, Pier Paolo Pasolini

 

O evangelho segundo São Mateus

publicado por adignidadedadiferenca às 20:09 link do post
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