Face à dimensão quase estratosférica de obras que foram publicadas durante o ano e à impossibilidade física de aceder a um número mínimo exigível que permita ficar com uma ideia aceitável das publicações relevantes no domínio da criação literária, apresentar uma lista dos melhores livros do ano é, cada vez mais, uma tarefa francamente ingrata. Subsiste por isso o critério utilizado no último ano: escolher de memória os livros que mais me agradaram, sem preocupações de género ou de hierarquia. Uma lista de doze livros (nacionais e estrangeiros) - quantidade só possível de atingir com o contributo dos dois volumes da História da Minha Vida, de Giacomo Casanova -, equivalente a um por cada mês de calendário, discretamente organizada por simples ordem alfabética. Falta o destaque mais ou menos óbvio de Servidões, do Herberto Hélder - pelo menos, a avaliar pela dimensão transcendente da sua obra passada -, mas não consegui apanhar o livro. Também não entra na lista, mas podia entrar, o livro com a recolha dos escritos de Claudio Magris, publicados em jornais nos últimos dez anos, intitulado Alfabetos. Porém, só agora tive a oportunidade de lhe pegar...
Giacomo Casanova, História da Minha Vida (2 volumes)
Pedro Correia, Vogais e Consoantes Politicamente Incorrectas do Acordo Ortográfico
Carlos Fuentes, Contos Sobrenaturais
Ben Goldacre, Farmacêuticas da Treta
Knut Hamsun, Mistérios
Henry James, O Aperto do Parafuso
Jacques Rancière, Béla Tarr O Tempo do Depois
Gustavo Sampaio, Os Privilegiados
Lee Smolin, O Romper das Cordas
Hjalmar Söderberg, O Jogo Sério
Dalton Trevisan, A Trombeta do Anjo Vingador