a dignidade da diferença
18 de Janeiro de 2014

 

museu.gulbenkian.pt

 

A decorrer no Museu Calouste Gulbenkian (localizado no Edifício Sede da Fundação), a exposição O Brilho das Cidades: A Rota do Azulejo, exclusivamente dedicada ao azulejo, reúne uma original colecção de peças únicas (duzentas, aproximadamente) cuja produção mostra a sua dimensão transtemporal e transterritorial, atravessando séculos de existência e espalhando-se por uma vasta e variada série de culturas e regiões – trata-se de um conjunto de peças proveniente, por exemplo, do Antigo Egipto, Império Otomano, da Flandres, Inglaterra, Índia, Pérsia, entre outros cuja identificação conduziria a uma lista interminável. Dividida em módulos temáticos, os quais, como refere o próprio catálogo da exposição, «abordam questões como o mito da cerâmica dourada, as conquistas da geometria, a importância da heráldica, o valor da mitologia cristã, a estilização da natureza e a representação da utopia e do quotidiano», a exposição espelha de forma assinalável a evolução do azulejo, as possíveis e inesgotáveis combinações entre si, e a sua especial relação com a pintura e a arquitetura, merecendo globalmente o nosso aplauso. Contudo, a colecção, no espaço dedicado ao azulejo português no núcleo Presente e Futuro, esquece injustificadamente Maria Keil, a grande responsável pela sua renovação em Portugal no século XX (mais importante que Cargaleiro e Vieira da Silva, presentes na exposição).

20 de Maio de 2013

 

 

Voltei a pegar no catálogo editado pela Cinemateca Portuguesa, com a autorização da Fundação Calouste Gulbenkian, intitulado In Alfred Hitchcock’s e dedicado ao genial cineasta. Agora que Hitchcock voltou a estar na moda (embora não se possa dizer que ele alguma vez tenha ficado verdadeiramente esquecido) - Vertigo, por exemplo, conquistou o primeiro lugar na mais recente votação para o melhor filme de sempre, promovida em cada década pela revista britânica Sight & Sound. E, recentemente, também esteve em cartaz o filme Hitchcock, retrato bastante sofrível, aliás, da sua personalidade e do período correspondente às gravações do hiperclássico Psycho, com um razoável Anthony Hopkins no papel do mestre do suspense -, não me parece despropositada a ideia de recordar agora duas das suas regras básicas sobre cinema. Enquanto a primeira se refere à adaptação de obras literárias importantes, a segunda consiste na distinção entre suspense e surpresa. Ambas foram reveladas no célebre livro de entrevistas a Truffaut, responsável pela ascensão crítica do cineasta. Passo então a citar:

 

 

«Fala-se muitas vezes de cineastas que, em Hollywood, deformam a obra original. Sempre foi minha intenção nunca o fazer. Leio a história só uma vez. Quando a ideia de base me convém, adoto-a, esqueço completamente o livro e faço cinema. Era completamente incapaz de lhe contar Os Pássaros de Daphne du Maurier. Só li o livro uma vez, a correr. O que não percebo é como se consegue pegar numa obra, num bom romance que o autor levou três ou quatro anos a escrever, onde pôs toda a sua vida. Mexe-se naquilo tudo, aldraba-se, arranjam-se meia dúzia de artífices e técnicos de qualidade e pronto, candidatura aos óscares e o autor submergido por tudo aquilo, ao fundo. Ninguém já pensa nele». E ainda: «Está-se a falar, pode haver uma bomba debaixo da mesa, a conversa não tem nada de especial, não se passa nada de anormal e, de repente, bum, bum. O público fica surpreendido, mas antes de o ficar, tínhamos-lhe mostrado uma cena absolutamente vulgar, sem nenhum interesse particular. Agora, vejamos o suspense. A bomba está debaixo da mesa e o público sabe que a bomba vai explodir à 1 hora e que é 1 menos um quarto (há um relógio no décor). A mesma conversa anódina torna-se apaixonante porque o público participa na cena. Tem vontade de dizer aos personagens que estão na tela: ”deixem-se de conversa de trapos, há uma bomba debaixo da mesa, a bomba vai explodir”. No primeiro exemplo, deu-se ao público quinze segundos de surpresa no momento da explosão. No segundo caso, damos-lhe quinze minutos de suspense». 

05 de Agosto de 2008

Aproveitando o magnífico catálogo apresentado pela Fundação Calouste Gulbenkian - Serviço de Belas-Artes, com o apoio da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, escrito e elaborado por João Bénard da Costa a propósito do ciclo que passou entre Novembro de 2006 e Fevereiro de 2007 no Grande Auditório da Fundação, que recebeu o título «Como o cinema era belo» vou recordar alguns dos meus filmes favoritos de sempre. Alguns coincidem com a escolha feita pelo autor do catálogo e responsável pelo ciclo, outros são apenas preferências minhas.

Vou-me limitar a reproduzir fotografias desses belíssimos filmes, sem o apoio de qualquer texto ou opinião pessoal. Apenas uma singela homenagem ao cinema. De ontem e de hoje.

 

Sanshô Dayú (O intendente Sansho) - Kenji Mizoguchi

Citizen Kane - Orson Welles

Jean Seberg nas filmagens de Lilith - Robert Rossen

The searchers (A desaparecida) - John ford

Chikamatsu Monogatari (Os amantes crucificados) - Kenji Mizoguchi

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