«E começamos a entender que há outra tensão que percorre a exposição: aquela que advém da oposição sempre latente entre um pólo demoníaco, onde não há senão as forças obscuras e os abismos do pathos, e um olhar racional, que conhece bem o significado da palavra funus e detém os meios que lhe permitem uma distância reflexiva, sem a qual, em última instância, não existiriam as fotografias (porque nenhuma arte pode nascer exclusivamente da região emotiva, não há expressão artística sem criação de um espaço de pensamento).»
António Guerreiro, excerto do texto publicado no Expresso
Makulatur é como se intitula a mais recente exposição de Paulo Nozolino, o mais consensual dos fotógrafos portugueses contemporâneos. Trata-se de uma relação tensa e pessoalíssima com a morte; um trabalho magnífico que reflecte o olhar intenso, profundo, doloroso e fantasmático do seu autor.