a dignidade da diferença
01 de Maio de 2012

 

 

Retrato da viagem que Henry Miller fez à Grécia a convite de Lawrence Durrell, O Colosso de Maroussi, publicado em 1941, é uma prodigiosa coleção de pequenas histórias vividas pelo seu autor. Uma linguagem vibrante e fascinante onde se cruzam as emoções sentidas por Miller, entre o encantamento e o entusiamo próprios de quem acaba de mergulhar num momento transcendente e essencial. Uma viagem ao coração da pátria dos deuses - para a qual contribuiu decisivamente Betty Ryan, com quem Miller partilhou casa em Paris, ao transmitir-lhe a sua verdadeira atmosfera -, que nos conduz ao seu espaço físico, às suas personagens e aos seus contrastes, onde Henry Miller procura uma correspondência entre passado e presente (entre a luminosidade anterior e o progresso cómodo mas frio), cuja escrita inconformista – ampla e justificadamente hiperbólica - mistura estados de alma tão contraditórios ou complementares como introspeção, narrativa, reflexão, adoração ou paixão. Um manjar rico e inesgotável, digno de verdadeiros deuses. Uma obra que respira uma sensualidade muito mais atrativa, por exemplo, que o famoso erotismo de Sexus, Nexus e Plexus. Como escreve Carlos Vaz Marques, no prefácio, «Se ao ler este livro o leitor não sentir nem por um instante o irreprimível impulso de embarcar de imediato a caminho da Grécia, isso só pode significar que é alguém imune ao sortilégio das palavras, alguém para quem a literatura de nada serve».

09 de Abril de 2011

 

 

Com uma elegância e um talento literário admiráveis, Saul Bellow oferece um amplo espaço para uma profunda reflexão sobre um país controverso, permanentemente atormentado, onde mudam os protagonistas mas permanece o conflito. O modelo clássico da literatura de viagens serve como mero pretexto para Saul Bellow avançar rumo a uma visão histórica que abrange a cultura e a identidade judaicas, os seus problemas sociais e tensão política. E não há o mínimo receio de encontrar nesta obra quaisquer maçadoras certezas ideológicas, pois do que ele se alimenta é de conversas atormentadoras, de magníficas histórias humanas relatadas por gente comum, isto é, pelos inúmeros intervenientes que fizeram e ainda fazem a história de uma nação inevitavelmente acossada pela actual conjuntura geopolítica. Um livro imenso onde o autor, apesar da gravidade do tema, não dispensa, aqui e ali, um brilhante travo humorístico, e, numa história de contradições, crueldade e paixões, enche os seus personagens com uma densidade, dignidade e compaixão ímpares e absolutamente inesperadas. Como afirma Carlos Vaz Marques, no prefácio, Jerusalém Ida e Volta «é um livro político. Sê-lo-ia mesmo que o autor pretendesse evitá-lo. Como tudo o que diz respeito a Israel, é um relato votado, desde o início, à controvérsia.» Trata-se, em suma, da história de uma cidade, Jerusalém, que «não dá tréguas a quem a visita, onde em praticamente tudo se jogam questões de vida ou de morte.»

publicado por adignidadedadiferenca às 12:04 link do post
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