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A decorrer no Museu Calouste Gulbenkian (localizado no Edifício Sede da Fundação), a exposição O Brilho das Cidades: A Rota do Azulejo, exclusivamente dedicada ao azulejo, reúne uma original colecção de peças únicas (duzentas, aproximadamente) cuja produção mostra a sua dimensão transtemporal e transterritorial, atravessando séculos de existência e espalhando-se por uma vasta e variada série de culturas e regiões – trata-se de um conjunto de peças proveniente, por exemplo, do Antigo Egipto, Império Otomano, da Flandres, Inglaterra, Índia, Pérsia, entre outros cuja identificação conduziria a uma lista interminável. Dividida em módulos temáticos, os quais, como refere o próprio catálogo da exposição, «abordam questões como o mito da cerâmica dourada, as conquistas da geometria, a importância da heráldica, o valor da mitologia cristã, a estilização da natureza e a representação da utopia e do quotidiano», a exposição espelha de forma assinalável a evolução do azulejo, as possíveis e inesgotáveis combinações entre si, e a sua especial relação com a pintura e a arquitetura, merecendo globalmente o nosso aplauso. Contudo, a colecção, no espaço dedicado ao azulejo português no núcleo Presente e Futuro, esquece injustificadamente Maria Keil, a grande responsável pela sua renovação em Portugal no século XX (mais importante que Cargaleiro e Vieira da Silva, presentes na exposição).