Para quem frequenta este blogue, com alguma assiduidade, o conceito ínsito à lista dos melhores do ano já não traz qualquer novidade; no mundo contemporâneo torna-se impossível nomear os melhores. O que talvez possamos conseguir é revelar um pequeno nicho de obras que nos marcaram durante o ano que agora finda, as quais gostaríamos de partilhar com quem nos visita e dá o prazer da sua companhia. Da ficção à poesia, do ensaio à filosofia, passando pela crítica literária ou pela divulgação científica, este ano trouxe-nos a edição de muitos e bons livros para ler: os clássicos do século vinte de Knut Hamsun e Nabokov, a idade de oiro da novela russa, a poesia de Emily Dickinson, Cervantes, Kierkegaard, o último e delicioso livre de Peter Carey, que nos devolveu o espírito de Tocqueville, o muito belo romance de Hélia Correia (único destaque português) ou, para terminar, a nobreza do ensaio e da crítica literária transmitida pelos melhores artesãos nessa área: George Steiner e James Wood. Passamos por tempos difíceis e conflituosos, mas, ainda assim, haverá sempre bons motivos para ler.
Peter Carey, Parrot e Olivier na América
Knut Hamsun, Pan
Søren Kierkegaard, Temor e Tremor
Norman Manea, O Regresso do Hooligan
Vladimir Nabokov, Desespero
Saltykov-Shchedrin, A Família Golovliov
Simon Singh, Big Bang
George Steiner, The New Yorker
James Wood, A Mecânica da Ficção
Dostoievski, Andréev e Tolstoi, Contos Russos