Pensamentos, de Oscar Wilde, cuja relativamente recente edição (novembro de 2011) é da responsabilidade da Relógio D’Água, reúne, num só livro, um conjunto de ideias, observações ou comentários do genial escritor, muitos deles revelados pelas personagens das suas obras de ficção. Uma série de pensamentos escritos sobre os mais variados temas, retirados dos seus ensaios, romances, peças de teatro, cartas ou artigos: arte, crítica, religião, política, história, sociedade, natureza humana ou moral. Em suma, uma coleção de pequenos fragmentos, escritos numa linguagem ornamentada e com assinalável elegância, os quais, ainda hoje, surpreendem pelas suas contradições, criatividade, frontalidade ou provocação. Do que vos disse, fica aqui um exemplo bem ilustrativo: «A Crítica é a exteriorização da alma: mais fascinante que a História, pois ocupa-se exclusivamente de si própria, mais deliciosa que a Filosofia, pois o seu objeto é concreto e não abstrato, real, não vago. É a única forma civilizada da autobiografia, pois não se preocupa com os acontecimentos, mas com os pensamentos; não com os acidentes físicos de ação ou modalidade, mas com os estados espirituais da alma e paixões da imaginação».