Suzanne Vega «Blood makes noise»
Não há que ter receio das palavras. Este foi o momento em que Suzanne Vega virou de pantanas a (óptima) carreira de folk-singer e, com a ajuda da ferrugem falsamente retro de Tom Waits, que suporta as magníficas letras de inspiração literária, apoiadas num apuradíssimo instinto pop abraçado ao que de melhor nos deixou Philip Glass, com visitas frequentes à secura de Lou Reed e ao realismo dos Velvet Underground - casado no regime de comunhão de bens com o estilo vibrante de Bob Dylan -, criou um corpo musical completamente novo e genial, portentosa e requintadamente desenhado pela mente claustrofóbica e colorida de Mitchell Froom (seu marido na altura e co-responsável, entre uma série de obras notáveis, pelos fabulosos «Mighty like a rose» de Elvis Costello e «Mercury» dos American Music Club.
Suzanne Vega voltou a ser enorme, mas assim nunca mais a vimos. Uma canção extraordinária que fez parte do sublime «99.9 Fº» de 1992.
I'd like to help you doctor
Yes I really really would
But the din in my head
It's too much and it's no good
I'm standing in a windy tunnel
Shouting through the roar
And I like to give the information
You're asking for
But blood makes noise
It's a ringing in my ear
Blood makes noise
And I can't really hear you
In the thickening of fear
I think that you might want to know
The details and the facts
But there's something in my blood
Denies the memory of the acts
So just forget it Doc.
I think it's really
Cool that you're concerned
But we'll have to try again
After the silence has returned
Cause blood makes moise
It's a ringing in my ear
Blood makes noise
And I can't really hear you
In the thickening of fear
Blood makes noise...