“Ezra Pound é – com todas as honras – o maior poeta pagão neste mundo «cristão e ocidental». Mas não se trata apenas disso. Ele é também o maior poeta «participante» dentro deste mesmo mundo «cristão e ocidental» - o maior poeta anticapitalista. E, nisso, durante diversas partes dos Cantos, sabe contrapor a naturalidade do comportamento, do estar pagão, à hipocrisia da civilização cristã. Dizia que seria legítimo substituir o Velho Testamento, como texto sagrado, pelas Metamorfoses, de Ovídio. Enfim, em matéria de criar, do fazer, constitui a sua obra um dos lances mais elevados da poesia no século actual.”
José Lino Grünewald (tradução e introdução) in Os Cantos, de Ezra Pound, Assírio & Alvim.