Bjork, Bjork, Bjork
Hoje o dia é para Bjork, pela coragem que teve em defender a independência do Tibete em plena China (Xangai), desfazendo, com uma atitude, simultâneamente, singela e ousada, toda a cobardia, hipocrisia e interesses políticos e, principalmente, económicos, de quase todo o mundo ocidental.
E olhem que nem sequer tenho particular simpatia pela causa do Tibete, não só porque me considero ateu, mas também porque equiparo, até certo ponto, a relação existente entre os monges e o resto da população ao feudalismo.
Autora, ainda por cima, de uma obra excepcional, que umas vezes é mais experimentalista (ponto mais alto: Medúlla), outras mais pop (obra máxima: Post) Bjork consegue, salvo raríssimas excepções (Vespertine), manter um extraordinário e riquíssimo ponto de equilíbrio entre melodias pop e uma invulgar visão contemporânea e multicultural que persegue o caminho, cada vez mais solitário, que tem seguido ultimamente, tornando-a, inexplicavelmente, menos apreciada por boa parte da crítica musical. Mas, compreende-se porque, infelizmente, sempre houve quem gostasse da papinha toda feita...