O jornal Público iniciou há cerca de quatro semanas mais uma nova colecção sobre música, vendida com a edição de sábado – mas que pode ser adquirida separadamente por apenas € 6,90 -, dedicada à bossa nova.
O conjunto de 12 volumes dedicados a esse magnífico movimento estético com raízes brasileiras e uma visão musical que atravessa – e de que maneira! – as suas fronteiras, tem uma apresentação bastante cuidada do género livro + CD (com a nostálgica mas agradável imitição do vinil), que, aliás, tem sido o (bom) hábito da casa.
Se a colecção deve ser, naturalmente, aconselhada pela prova de «bom gosto» demonstrada e pela qualidade global das gravações – eu próprio não dispensarei a aquisição dos números dedicados aos meus autores preferidos -, merece, contudo, um bem significativo reparo.
Sim, é verdade que estão lá os grandes nomes do movimento: Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra, Nara Leão, Marcos Valle ou Baden Powell; mas alguém me consegue explicar como é que se foram esquecer do genial João Gilberto, fundador e criador essencial da gramática que deu o sentido à bossa nova?