Com uma comunhão quase perfeita entre fado, música cigana, dance music e o doce aroma do cantinho brasileiro, acrescida por uma agilidade notável no domínio das diversas línguas com que enriquecem os seus textos, os OqueStrada conseguiram, com a autoridade e a maturidade que os sete anos de estrada lhes oferecem, focar um magnífico retrato do país real, usando e abusando das músicas do mundo, transformando-se em verdadeiros saltimbancos do ritmo e da melodia, sublinhando, com humor, uma admirável visão sem fronteiras e pequenos delírios instrumentais, a mais inventiva e aguardada gravação musical do ano.
Esqueçam, por instantes, o que vai sendo publicado pela irmandade Amor Fúria/Flor Caveira – que de memorável só nos trouxe Tiago Guillul e alguns momentos de B Fachada * – e esse patético equívoco pseudomusical que alimenta os populares Deolinda, porque Tasca Beat O Sonho Português dos OqueStrada é, sem qualquer dúvida, a grande música portuguesa do momento.
Oxalá Te veja
* E o Meio Disco de Os Quais, evidentemente.