Mais para preencher um pouco de espaço no meu blog do que por uma razão muito especial, apeteceu-me regressar ao extraordinário álbum de estreia de 2004 da nórdica Hanne Hukkelberg. Se calhar nem será bem assim, porque tenho dedicado algum do meu tempo a escutar o recente «Grass Is Singing» dos óptimos Lonely Drifter Karen e a voz da cantora Tanja Frinta lembra-me imenso a de Hukkelberg.
Tendo influenciado muito ou pouco a minha decisão, o facto é que Little things voltou a ocupar o meu imaginário.
Como, obviamente, já esperava, não dei o meu tempo por perdido. Magníficas canções construídas num laboratório pop privado, com a mistura certa de silêncio, experimentação e instinto melódico, combinada com arranjos invulgares próprios de quem possui ousadia estética, imenso talento e originalidade – o que começa a tornar-se um belíssimo hábito da música vinda do norte da Europa –, prontas a serem consumidas por um clube muito restrito e privado de admiradores. E é tão bom que assim seja.
Como aquela que nos foi oferecida pelos Mazzy Star, Hugo Largo, Cowboy Junkies iniciais ou por Tim Buckley e tantos outros, o género de música que não apetece partilhar com mais ninguém. Tivesse o disco sido assinado pela autora um par de anos mais cedo e entraria, certamente, no grupo dos «Discos que nunca mais se esquecem».
E agora resta-me ouvir o posterior e também excelente «Rykestrasse 68».