O melhor álbum com a participação de Anne Sofie Von Otter, destinado, quase seguramente, a provocar as paixões mais extremas.
Com uma quase insuperável espessura dramática, para a qual muito contribuiu a avassaladora direcção orquestral de John Eliot Gardiner - na versão para soprano de Die Sieben Todsunden - e do piano de Bengt Forsberg, esta obra é muito mais do que uma manifestação de fé e prazer no acto da criação musical.
Sempre que voltamos a Je ne t'aime pas, Speak low, Foolish heart, Nannas lied ou Bilbao-song, com as canções regressa a angústia, o deslumbramento, a crença, a dor e o fascínio que sentimos da primeira vez.
Vai faltar na divulgação a que tenho dado o nome de «Discos que nunca mais se esquecem», mas é uma das mais expressivas manifestações artísticas do século XX e um dos seus monumentos.
Um dos álbuns da minha vida que só não levo para uma ilha deserta, porque não gosto de me sentir abandonado e à mercê da sorte...