Pode-se preferir a fase das obras-primas da Capitol (ou da chamada «dor de corno» após a separação de Ava Gardner) - como é o meu caso. Acredito também que haja quem se apaixone mais facilmente por outra obra-prima da bossa nova «Getz/Gilberto» - como volta a acontecer comigo. Mas um dos discos mais extraordinários do século XX é, indiscutivelmente, a gravação da reunião de Frank Sinatra com Jobim em 1967, sob o testemunho, arranjos orquestrais e direcção musical do alemão Claus Ogerman. A síntese perfeita - impossível de imaginar - do diálogo entre o minimalismo de Jobim e a «golden voice» de Sinatra, soberbamente manipulado por Ogerman, que conseguiu transformar aquele confronto num imenso sonho musical.
Pois bem, o disco acaba de sair no Público de hoje, na colecção que o jornal diário dedica ao cantor americano. Um deleite para os ouvidos e uma autêntica fantasia para os sentidos.