Impressionismos, abstracções sonoras, cânticos que desafiam a lei da gravidade, lamentos arrepiantes da natureza, vestígios de um mundo apocalíptico e aproximações (sobretudo) ao universo estético de Laurie Anderson, Meredith Monk e Annette Peacock, moldam a mais recente e personalizada gravação de estúdio de Julia Holter, que sucede à do belíssimo "Have You In My Wilderness" (de 2015), exibindo aquele género muito particular de música que apetece esconder do resto do mundo e manter como um segredo bem guardado. Um álbum (Aviary) inclassificável, progressivamente viciante, extraordinário e de fulgurante variedade expressiva. O futuro é já ali...