a dignidade da diferença
30 de Agosto de 2016

 

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Auguste Rodin, O Grito (1889)

 

«”A Cabeça da Dor” (1882) e “O Grito” (1889) de Rodin, do mesmo modo que “O Grito” de Edvard Munch, de 1893, são os três concebidos a partir do medo e da angústia. Estas obras têm apenas um objectivo: representar um sentimento. Rodin diz com precisão: (…) mesmo na minha obra declaradamente com menos acção, procurei sempre incutir-lhe uma indicação de movimento: praticamente nunca representei o repouso completo. Tentei sempre exprimir os sentimentos interiores pela mobilidade dos músculos… A arte não existe sem vida.» Gilles Néret, in Rodin, Esculturas e Desenhos, Taschen.

 

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Edvard Munch, O Grito (1893) 

publicado por adignidadedadiferenca às 20:26 link do post
23 de Agosto de 2016

 

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 Daniel J. Boorstin, ilustre historiador norte-americano, nascido a 01 de Outubro de 1914 e falecido a 28 de Fevereiro de 2004, doutorado em História e Direito, revelou ao mundo, em 1983, este admirável The Discoverers (Os Descobridores, na edição portuguesa). A obra, que a Gradiva, cerca de uma década depois, assumiu a responsabilidade de publicar e difundir no mercado nacional, aborda a história da humanidade sob um prisma distinto do habitual. Com efeito, ao seu autor não interessa divulgar as questões políticas, os conflitos sociais ou as lutas imperiais. Daniel J. Boorstin prefere sobretudo encarar a história como uma fábula sobre as descobertas e as ideias, a busca permanente do conhecimento e como ultrapassar os obstáculos que se vão semeando no nosso caminho. A obra consiste então num imaginativo, fascinante e singular testemunho da tentativa do Homem compreender o mundo que o rodeia. No seu aperfeiçoamento narrativo, o leitor vai apreendendo a mutação do tempo, a evolução da sociedade ou o ressurgimento de notáveis figuras maioritariamente esquecidas, acompanhando uma escrita matizada e apaixonada, enriquecida por preciosos detalhes e elaborada com um sopro e um humor tantas vezes desconcertantes. A aventura do Homem, simultaneamente épica e dramática, passa diante dos nossos olhos de forma quase sempre deslumbrante. Em suma, eis um livro com uma capacidade rara para cativar os curiosos, por força do seu encantamento, sem abdicar do necessário rigor histórico e de um louvável carácter educativo, convertendo cada um dos seus viciados leitores num novo descobridor…

16 de Agosto de 2016

 

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«A maior parte dos alunos da escola secundária e da universidade detestam Física porque por norma ela é ensinada como um complicado conjunto de fórmulas matemáticas, Não é essa a minha abordagem no MIT, e não é essa a abordagem deste livro. Apresento a física como uma forma de ver o nosso mundo, revelando territórios que de outra forma permaneceriam escondidos – das minúsculas partículas subatómicas à imensidão do universo. A física permite-nos ver as forças invisíveis em jogo a toda a nossa volta, da gravidade ao electromagnetismo, e estar alerta não só aos sítios mas também às ocasiões em que encontramos arco-íris, halos, arcos de nevoeiro e auréolas, e talvez até arcos de vidro. Todos os físicos pioneiros alteraram o modo como vemos o mundo. (…) É por isso que vejo uma relação fascinante entre a física e a arte. A arte pioneira também é um novo modo de ver, uma nova forma de olhar o mundo. (…) Se olharmos em retrospectiva a arte do Renascimento até aos dias de hoje, identificamos uma tendência clara. Os artistas foram eliminando os constrangimentos impostos pelas tradições dominantes: de tema, forma, materiais, perspectiva, técnica e cor. No fim do século XIX abandonaram completamente a ideia de arte como representação do mundo natural. A verdade é que agora consideramos muitas destas obras pioneiras magníficas, mas a intenção dos artistas era outra, inteiramente diferente. Tencionavam introduzir uma nova forma de olhar o mundo. Muitos dos trabalhos que hoje consideramos criações icónicas e belíssimas (…) receberam críticas hostis no seu tempo. Os actualmente adorados impressionistas (…) enfrentaram igualmente comentários derisórios quando começaram a mostrar os seus quadros. (…) Uma nova forma de olhar o mundo nunca fica na nossa zona de conforto, é sempre um balde água fria. Considero essa água revigorante, estimulante, libertadora. E encaro o trabalho pioneiro em física da mesma forma. Sempre que é dado pela física mais um dos seus maravilhosos passos reveladores de territórios anteriormente invisíveis ou obscuros, passamos a ver o mundo de outra forma.»

Walter Lewin, For the Love of Physics

 

08 de Agosto de 2016

 

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Urso de Ouro, em 1977, no Festival de Berlim, Ascensão, da cineasta Larisa Shepitko - casada com Elem Klimov, uma das mais distintas figuras do cinema soviético, viria a falecer com 41 anos num acidente de viação - foi talvez o mais expressivo e assombroso filme sobre a invasão de leste pelos nazis, durante a Segunda Guerra Mundial, que tive oportunidade de ver. Da mesma autora foi ainda possível conhecer outros trabalhos, tais como Asas e Tu e Eu, no Grande Ciclo de Cinema Russo – Do Mudo À Perestroika. Quanto a Ascensão, longos e admiráveis planos-sequência, a par de um conjunto imenso de grandes planos com a capacidade única de revelar a alma dos protagonistas através do seu rosto, bem como o notável aproveitamento dramático da paisagem e do clima impiedoso, testemunham uma desesperada luta pela sobrevivência de um grupo de soviéticos capturado pelos nazis, na qual, entre os mais diversos e justificados comportamentos, sobressaem os daqueles que estão de acordo com a sua consciência. Culpa, traição, angústia, coragem e procura de uma verdade interior, manifestam-se ao longo do clima de tensão cunhado pelo formidável e sólido desempenho dos actores e pela prodigiosa direcção artística da cineasta Larisa Shepitko. Filme terrível e que implode numa violência surda quase insuportável? Sem sombra de dúvida. Mas tão magnífico e com uma impressionante força dramática.

 

 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 20:28 link do post
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