a dignidade da diferença
10 de Fevereiro de 2013

 

 

A coordenação perfeita entre o canto de Joyce DiDonato e o acompanhamento instrumental do Il Complesso Barocco, superiormente dirigido por Alan Curtis, destaca brilhantemente a teatralização dos arrebatamentos dramáticos do período barroco que os intérpretes percorrem de ponta a ponta. A voz quente e policromática de DiDonato, derramando prodigiosas vagas sonoras, atravessa reportório mais ou menos conhecido daquele período, sublinhando a riqueza coral e as características próprias dos excessos emocionais de autores com o génio de Handel, Haydn ou Monteverdi, combinando-as, num jogo expressivo e de técnica apurada, com a música inventiva dos praticamente desconhecidos Orlandini, Hasse ou Keiser (numa atitude pedagógica próxima da revelada periodicamente por Cecilia Bartoli). Uma gravação notável cujo resultado nos conduz a este disco magnífico, adequadamente intitulado Drama Queens, aproximando-nos das emoções ainda vivas de uma música antiga onde, porém, descobrimos, como nos diz a cantora, «as mesmas súplicas, dores ou angústias, as mesmas raivas e alegrais».

 

10 de Fevereiro de 2013

 

 

«Para esta interpretação em particular, a fé cega na capacidade do Estado para solucionar as contradições do sistema é tão forte como a que encontramos na posição diametralmente oposta: a convicção religiosa da perspetiva neoliberal de que o mercado tudo pode. Ambas cometem erro semelhante, ainda que oposto: o fundamentalismo religioso da crença numa “mão” mágica, todo-poderosa (ou o mercado ou o Estado). Não existe qualquer motivo teórico, nenhuma justificação transcendental ou metafísica suficientes para apoiar qualquer dessas convicções que não seja um sentimento religioso, uma crença, seja ela muito profunda ou nem tanto. Quando nem tanto, em ambos os casos, o sistema possui mecanismos para fazer dos seus patrocinadores porta-vozes loquazes da proposta em causa. O dinheiro tudo compra (ou quase)! Poderíamos mesmo vir a aceitar que a proposta neoliberal possui algo mais que os elementos teóricos para sustentar a sua posição.»

Reinaldo A. Carcanholo, in Quem Paga o Estado Social em Portugal? (coord. Raquel Varela)

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