Os economistas norte-americanos Paul Krugman e Joseph Stiglitz – ambos já receberam o Prémio Nobel da Economia – criticam asperamente os planos de austeridade preconizados pelos países da União Europeia, os quais, segundo eles, vão afectar profunda e negativamente as respectivas economias. A explicação é muito simples: para Stiglitz, as medidas tomadas são excessivas e irão provocar um esperado travão na economia europeia. Segundo Krugman, haveria, em primeiro lugar, que dar lugar à criação de emprego, e, posteriormente, então sim, tomar as medidas adequadas para reduzir o défice. Os cortes na despesa do Estado e os aumentos tributários condicionarão ainda mais as economias, aumentando o desemprego. Ora, à medida que há um decrescimento económico, a poupança conseguida com a redução da despesa é parcialmente anulada com a redução das receitas. As medidas tomadas são, na óptica daqueles senhores, muito auto-derrotistas, os cortes públicos e o aumento das taxas de juro irão afectar negativamente as economias dos Estados-Membros da União Europeia. Agora que parece haver acordo com o FMI, o BCE e a Comissão Europeia, não fica mal reparar nesta perspectiva diferente e, aparentemente, mais ousada, de enfrentar os problemas. De qualquer forma, adoptando uma ou outra das perspectivas, não se sai desta crise sem uma mudança profunda de mentalidades. Pois bem, essa mudança é não só a mais difícil de fazer, como a que está ainda por fazer. E, nessa matéria, não há Troika que nos salve…