Não posso deixar de referir neste blog a recente e muito elucidativa entrevista dada pelo histórico do PS, Henrique Neto, ao Jornal Económico. Reparem bem com que gente é que andamos metidos e porque motivo o nosso país caminha a passos largos e seguros para o precipício. Sem prejuízo do efeito nefasto que o capitalismo internacional, diabólico, selvagem e devorador, provoca em muitos Estados modernos europeus. Ora são os mercados que um dia confiam no país, no outro já não, ora é o FMI que diz e se contradiz, ora são as agências de rating completamente «maradas», ou os juros que descem, sobem, tornam a descer e voltam a subir enquanto nada acontece que o justifique em tão curto espaço de tempo. Mas voltemos ao nosso primeiro-ministro e aos excertos da entrevista.
«Sócrates é um vendedor de automóveis que está no topo da pirâmide dos que dão cabo disto». Henrique Neto recorda que da primeira vez que viu Sócrates discursar pensou: «Este gajo não percebe nada disto. Mas ele falava com aquela propriedade com que ainda hoje fala sobre aquilo que não sabe». Adianta e recorda-se de pensar a seguir: «Este gajo é um aldrabão. É um vendedor de automóveis». «Sempre achei que o PS entregue a um tipo como Sócrates só podia dar asneira. Tem três qualidades, ou defeitos: autoridade, poder, ignorância. E fala mentira». Henrique Neto descreve a forma como decorreu a última comissão política do PS, no dia em Sócrates apresentou as medidas de austeridade. Conta que o secretário-geral do PS convocou a reunião de última hora, «para ninguém ir preparado», e organizou os trabalhos para que «o grupo dos seus fiéis fizesse intervenções umas a seguir às outras». «A ideia dele era que o partido apoiasse as medidas», afirma. «Aquilo é uma máfia que ganhou experiência na maçonaria. Sócrates entrou por essa via e os outros todos também. Até o Procurador-Geral da República. Usa técnicas de maçonaria para controlar a verdade. Não tenho nada contra José Sócrates. Se ele se limitasse a ser um vendedor de automóveis. Mas ele é primeiro-ministro e está a dar cabo do meu país. Não é o único, mas é o mais importante de todos» Ver aqui e também aqui.