Depois de Rayuela, a Cavalo de Ferro volta a publicar mais uma obra do genial escritor argentino Julio Cortázar. E fá-lo, felizmente, de uma forma muito mais cuidada, pois esta edição não acusa os imperdoáveis descuidos encontrados em Rayuela que uma deficiente revisão do texto deixou passar em claro. A Volta ao Dia em Oitenta Mundos confirma todo o talento literário de Cortázar, o qual volta a romper com os modelos clássicos da narrativa, assinando uma inacreditável colectânea de textos literários onde conjuga o conto com a poesia ou com o ensaio, convive, simultaneamente e em total liberdade, com a improvisação do jazz ou com o espírito de Júlio Verne. Escreve com uma versatilidade admirável sobre boxe, política, culinária, sadismo ou Paris, intercalando a densidade do texto com ilustrações e fotografias escolhidas por si. Uma obra inovadora, surrealista e fragmentária que é, passados quarenta e dois anos e juntamente com Rayuela, uma das obras fundamentais da literatura sul-americana (e mundial).