Varttina (discografia de 1992 a 1994), os anos em que a Escandinávia tomou conta, musicalmente, do resto da Europa
Por esta altura, existia na Europa e dentro do género «world music», ou música tradicional, muitas e óptimas possibilidades de escolha. Desde os Lo Jai, passando por La Ciapa Rusa, Gabriel Yacoub (dos excelentes Malicorne), Riccardo Tesi, Taraf de Haidouks, Quintet Clarinettes, até aos Perlinpinpin Folc, Múzsikas e tantos, tantos outros. Uns com uma visão mais purista da tradição, outros mais arrojados e arriscando pisar o futuro, mas todos com uma intuição e atitude perante a música, consideravelmente inventiva.
Contudo, foi preciso esperar pela chegada das (ou dos) Varttina e, principalmente, dos Hedningarna (de quem falaremos a seguir), para que a bússola musical apontasse definitivamente a norte e fizesse chegar da Finlãndia e da Suécia, o que ainda não tinha sido escutado pelos nossos ouvidos.
A música das Varttina, aparentemente, não parece fugir muito do registo tradicional imaculado, mas, após algumas audições mais atentas, o que se começa a revelar é uma espantosa dose de extroversão, fazendo de cada actuação uma celebração efusiva e irresistivelmente festiva.
Música exuberante e universal onde, por aqueles dias, habitava uma energia ímpar em que um belíssimo conjunto de vozes tomava as rédeas da ebulição instrumental e voavam, literalmente, sobre o mundo.
Absolutamente imprescindíveis.