Quando tantos se babam com os excessivos méritos atribuídos a uns meros pontapés na bola, tecem louvores ao sobrevalorizado engenho na elaboração de uma estratégia que supere os obstáculos próprios de um jogo de futebol, ou desmaiam perante as inexpressivas representações de um ator de sucesso em convencionais séries de cariz histórico, sabe bem constatar que, por vezes, não são esquecidos aqueles que foram realmente à procura do conhecimento, que se preocuparam verdadeiramente com os destinos de uma comunidade e fizeram da sua carreira algo que, no plano axiológico, sob o ponto de vista valorativo, cabe numa esfera completamente distinta. Esqueçam lá então, por uma vez, os Ronaldos, os Mourinhos ou os Morgados. Isto sim, dada a sua superior dimensão intelectual, é grande motivo de orgulho. E este homem, pelo seu labor e pela sua persistência numa área que tão bem domina (a arquitetura paisagista), tanto no plano académico como no domínio prático, bem merece esta distinção – o prémio IFLA Sir Geoffrey Jellicoe. Infelizmente, neste país politicamente à beira-mar perdido, poucos lhe deram crédito.