O genérico para filmes atingiu, na visão original e genial de Saul Bass, um novo e exigente patamar, conquistando uma nova dimensão e dignidade enquanto meio autónomo de expressão artística. Em dois minutos, Saul Bass resumia a essência do filme que antecipava, executando um trabalho gráfico e visual conciso, temático e vigoroso, notoriamente influenciado pelo surrealismo e pelo construtivismo russo, cujo precioso
design introduzia, com assinalável regularidade, uma densidade psicológica rara neste tipo de exercício - essencial, por exemplo, na sua colaboração com Alfred Hitchcock -, no qual sobressaía um apuradíssimo sentido estético e uma enorme beleza plástica. Ian Albinson recordou o seu magnífico trabalho - cujos elementos
dissonantes conferem à sua obra uma novidade, uma dinânima e um ritmo muito próprios - nesta montagem (ou, melhor, compilação) que lhe faz uma mais que merecida homenagem (roubado
aqui).