E enquanto não chegam as vibrações eléctricas de Anna Calvi, outra mulher ocupou definitivamente o espaço musical contemporâneo; trata-se de Esperanza Spalding e transporta consigo uma obra-prima: Chamber Music Society. A jovem compositora surpreende pela profundidade do reportório, escolhe o jazz minimalista, de câmara, como principal fonte musical, acolhe o espírito da sublime Rickie Lee Jones de Pop Pop, viaja por paisagens impressionistas e sem fronteiras, e convive naturalmente com a brisa e as especiarias da tradição sul-americana, com as polifonias barrocas africanas ou com a música para cinema. Esperanza Spalding eleva, através do superior exercício de subtracção sonora (admirável subsecção de cordas), um subtil, expressivo e contido modernismo multicolor à condição de paradigma estético. Um disco único e irrepetível.