a dignidade da diferença
01 de Fevereiro de 2011

  

 

John Barry foi um dos raríssimos genuínos criadores de música para cinema – a par de Ennio Morricone, Bernard Herrmann e poucos mais -, responsável por pequenos desvios estéticos no género que resultaram num respeitável grupo de admiradores confessos como foi o caso, por exemplo, dos Specials, de Fred Frith ou dos Portishead do genial Dummy. A visão estética do emblemático compositor era a coordenação quase perfeita, através da exploração laboratorial, de elementos aparentemente paradoxais: a ressonância timbríca dos estúdios da EMI, a aventura electrónica, os devaneios do easy listening, a concisão minimalista, a erudição bebida em Boulez e Stockhausen, as impurezas da pop ou o aroma do jazz. E se ultimamente a sua música foi ao encontro de um conceito francamente mais conservador e mainstream - que não será muito do nosso agrado – a verdade é que, inicialmente, ela era suficientemente agreste, vibrante e magnífica para reservar a John Barry um merecido lugar na história. 

 

publicado por adignidadedadiferenca às 20:37 link do post
21 de Agosto de 2010

 

 

O quinteto Zelig, que agora publica este óptimo «Joyce Alive!», formou-se no final de 2006 quando se juntaram a Peixe (guitarra e ocasionais arranjos de sopros) e a Eduardo Silva (contrabaixo) Nico Tricot (flauta, teclado, sampler, serrote e percussão), António Serginho (marimba, vibrafone e diversas percussões) e José Marrucho (bateria).

Absorvendo o espírito e a visão estética de cada um dos seus membros, o quinteto criou uma estrutura sonora singular, ziguezagueante que aponta em diversas direcções musicais e, tal como o personagem criado por Woody Allen, muda de pele consoante a atmosfera que a envolve.

Uma obra de fôlego assente em pedaços de jazz, sonhos de surf rock, fitas magnéticas de Carl Stalling, pincelada aqui e ali pelos Naked City mais agrestes e convergindo, por vezes, para uma espécie de Flat Earth Society em momento de descontracção após intensos discursos de agitação sonora, espreguiçando-se nos devaneios cinematográficos de Morricone e John Barry.

A música portuguesa – que, este ano, já nos trouxe o regresso do romantismo quixotesco dos Pop Dell’ Arte, o segundo disco dos AbztraQt Sir Q, o belíssimo e tradicional trabalho dos Galandum Galundaina, a visão solitária de Lula Pena e o delicioso «V» de Tiago Guillul, entre outros trabalhos menos relevantes mas francamente interessantes – passa por um momento bom.

 

Zelig ao vivo no Cinema Passos Manuel

 

 

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