O estabelecimento e desenvolvimento de relações de cumplicidade com os Estados do Golfo - alguns deles aliados de hoje mas previsíveis inimigos de amanhã -, o fornecimento de armas e o financiamento de organizações terroristas que foram sucessivamente piorando, e o desequilíbrio da realpolitik que advém do desconhecimento da História, dos erros de avaliação e de estratégia, permitiram o crescimento de uma organização de assassinos perigosos, dementes ideológicos a coberto de uma interpretação fanatizada do Corão. Com este grupo assassino de islamo-fascistas que procura instalar pelo terror um Estado governado pela sharia, regressa a barbárie. Degolando pessoas enquanto o diabo esfrega o olho e violando mulheres a eito, estas bestas odeiam e abatem todos aqueles que discordam da sua pureza interpretativa da sharia. Neste momento, por uma questão de sobrevivência, apesar de outras ameaças, a prioridade é combater militarmente o avanço do terror do Estado Islâmico (EI). Cinicamente abandonados à sua sorte pela falência moral do Ocidente, o valente povo curdo de Kobane, na Síria, junto à fronteira com a Turquia, desde que foi assaltado pelo horror do ISIS, não tem feito outra coisa. Por eles e por nós.